segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Fotografia



O ponto de vista do fotógrafo demonstra um lado mais inclinado para o espiritual e o místico. Tornam visíveis as sensações que passam as imagens, tendo assim a fotografia como uma ilustração de sentimentos que demonstram as figuras mais simples, as mais bizarras, as mais miúdas que, normalmente, passam despercebidas. O fotógrafo sente mais do que vê. Sobre o detalhe do malfeito, no imperfeito uma singela perfeição sentimental, pois lá ele encontra a beleza do feio e suaviza a do muito belo. Temos também a fotografia como uma máquina do tempo, não fotografando figuras e sim momentos, causando-nos a lembrar de tudo que passamos, todos que perdemos e que amamos, e até que erramos mas que nada foi em vão. Ela serve como forma de protesto! A fotografia, com a habilidade de realçar o despercebido, demonstra-nos a burrice escandalosa dos muito influenciados, do maltrato e do exagero. Como propaganda, a fotografia ilude e engana quase personificada com sua fama de conto de fadas, de fazer nascer poesia das mais imundas realidades. Porém é sempre agradável ter algo que retrata tudo aquilo que não temos tempo de ver, pois enquanto a vida corre, nesta arte quase viva, o tempo para. Resume-se a um momento, a uma idéia, talvez até desonesta, que no final das contas nos agrada.